Tocar com indelével zelo
o manto cinza da tarde.
Forjar com frases perfeitas
o voo azul da cidade.
Pintar com cores prolixas
o vulto verde das aves.
Chupar com a boca refeita
os lábios murchos das praias.
Fechar os olhos e ver
o negro chumbo da alma.
recife/pe-maio1985
Antonio Medeiro